O ex-atacante Nilmar, do Inter, que se aposentou do futebol após ter depressão, defende que seja necessário haver atenção no meio do futebol em relação à saúde mental. Em entrevista concedida ao ex-meia-atacante e também ídolo colorado Andrés D’Alessandro, Nilmar recordou os tempos de base no Inter e o período no Santos, em 2017, quando finalizou a carreira como atleta.
“Na minha época de categoria de base [no Inter] tinha uns psicólogos. Teria que procurar, mas ninguém procurava. Por ter canais que falam sobre o assunto [hoje], porque antigamente não falavam. Isso era muito preconceito falar sobre isso. Nosso esporte era muito machista quanto a isso. Até mesmo quando cheguei no Santos tinha psicóloga e eu não procurei ela. Me senti mal para procurar. A gente não teve esse ensinamento. Hoje está tendo um pouco mais de atenção. Acho importante. O meu caso foi extremo, mas para o acompanhamento é importante. É muita cobrança”, afirmou Nilmar em entrevista dada a D’Alessandro no canal DALETV, na plataforma YouTube, na segunda-feira (29/07).
Nilmar e D’Alessandro também recordaram o Inter de 2008
“Aquele nosso time de 2008 foi o mais regular. Cada um estava no seu melhor momento. Alex fez mais de 30 gols no ano. Guiñazú e Edinho no meio. O time não tomava gols. Foi o único em que eu entrava em campo e [pensava]: vamos ganhar hoje, porque gol não vamos levar. E lá na frente, quando não estava bem, tinha o Alex, você [D’Alessandro] e entrava o Taison, que estava surgindo”, destacou Nilmar sobra a equipe que foi campeã da Copa Sul-America e do Campeonato Gaúcho naquela temporada.
“Era só tu [Nilmar] na frente. Eu lembro que o Alex jogava mais ou menos de segundo-atacante contigo e eu jogava de meia. Era o Tite o treinador”, relembrou D’Alessandro. A dupla de ídolos colorados também salientou a qualidade do meio-campo do Inter de 2008, que também contava habitualmente com Magrão, além da solidez defensiva na primeira linha com quatro zagueiros: Bolívar, Índio, Álvaro e Marcão.