O Inter pode precisar da Justiça para conseguir ser ressarcido pelos gastos oriundos da enchente histórica que abalou Porto Alegre em maio deste ano. Ainda que haja um seguro envolvendo o estádio Beira-Rio e as principais áreas da casa Colorada, algumas dificuldades em relação aos trâmites burocráticos para com o sinistro podem resultar em uma batalha jurídica nos próximos meses.

Até o momento, o Inter alega que foram entregues imagens, documentos, relatórios e outros pré-requisitos do processo de retorno financeiro junto à seguradora que administra a apólice do Beira-Rio. Os peritos fizeram a checagem de cada ambiente, apontaram questões técnicas, revisaram os papéis que o clube teve de entregar. Mas a perspectiva de retorno financeiro é incerta.

Não quer dizer que o clube não irá receber o prêmio do sinistro. O receio dos cartolas Colorados está no tipo de processo e, principalmente, a condição atípica do pedido de ressarcimento. Palavras ou termos dúbios do contrato de apolice - como alagamento no lugar de enchente, por exemplo - são dificultadores.

Inter recebeu pouca ajuda financeira da CBF e aguarda o Governo Federal

Segundo apurou a reportagem do Vozes do Gigante, o Inter recebeu apenas R$ 2 milhões da CBF como uma espécie de adiantamento pelo custos extras no orçamento oriundos da enchente. Ainda estão previstos outros R$ 3,5 milhões. Porém, o clube tenta uma reunião com a entidade máxima do futebol brasileiro a fim de rever valores e mostrar o quão prejudicado financeiramente acabou sendo.

Já do Governo Federal, nenhum centavo foi repassado ao Inter e, muito menos, há perspectiva de alguma verba cair nos cofres do Beira-Rio. Mesmo que o ministro extraordinário pela reconstrução do RS, Paulo Pimenta, tenha visitado o Beira-Rio, as benfeitorias de Brasília para os afetados com a enchente não permitem ao Inter uma tentativa de busca de recursos para melhorar seu fluxo de caixa.