O ex-jogador Diego Gavilán deixou o Inter em 2005 e esteve perto de fazer parte de uma das temporadas mais especiais da história do clube. Em entrevista concedida ao jornalista Duda Garbi, o paraguaio revelou que até a esposa o critica por não ter permanecido no Beira-Rio.
“Em 2005, criamos um timaço. Ninguém pode dizer que não é possível criar um projeto. Em 2006, eu decido sair. A minha esposa diz até hoje: ‘olha a tua decisão de m…’. Em 2003, ficamos no quase para entrar na Libertadores. Em 2004, no quase na Sul-Americana. Em 2005, quase de novo. Aí depois teve o assunto do Corinthians, que foi o ponto final para mim. Gera um estresse emocional muito grande. Nós fomos dormir em primeiro. Não tinha mais ingresso. Aí no dia seguinte descemos para o café e um barulho ali: ‘estamos em terceiro, anularam os jogos e vamos ter que jogar de novo’ ”, afirmou Gavilán.
O ex-Inter destacou que recebeu uma proposta de renovação de contrato ao final de 2005 e tinha uma possibilidade de ir jogar na Grécia, o que não se confirmou: “em 2005, acaba e sai o Muricy. Sai o Sangaletti e saem quatro, cinco jogadores. Sangaletti, André, Muricy. Isto para mim não era uma sequência. Era uma interrupção. Eu fui com eles. O Abel veio e fez um baita trabalho”, explicou Gavilán, que acabou se transferindo para o Newell’s Old Boys, da Argentina, em 2006.
Gavilán também opinou o crescimento do Inter naquele momento: “eu percebi que faltava uma coisa ao Inter, algum fator, não sei se era ambição, malandragem, nosso, da diretoria, do clube para poder conquistar estas coisas, porque vencemos três Gauchões. O clube demonstrava que queria algo nacional ou internacional, só que faltavam certas coisas para carimbar tudo que foi construído, um golpe forte na mesa. Gestão na Conmebol, na arbitragem, coisas assim. Depois, no ano seguinte, aprenderam e aí foi campeão de tudo”.
O vínculo no plantel do Inter em 2005
“Esse processo foi o melhor que participei como jogador, porque independente das coisas que aconteciam dentro de campo, acaba o jogo e saímos para jantar todos com as famílias. Assim acabamos o 2005. Este vínculo se mantém até hoje. Isso não tem preço. É o melhor. Tínhamos momentos em que concentrávamos, acabava o almoço, os meninos em cinco minutos estavam no quarto. Mas tinham os velhos: André, Fernandão, Sangaletti. Ficávamos tomando café duas horas, perguntando sobre a família, esposa, filhos, conhecer teus país. Era assim o vínculo”, também destacou ex-volante paraguaio Diego Gavilán.
Diego Gavilán agora é treinador e passará por um estágio no Inter para acompanhar o trabalho do técnico Roger Machado. O último trabalho dele ocorreu em 2023 no Cerro Porteño, do Paraguai.