Enquanto o Inter ainda sonha com o título brasileiro nas três últimas partidas que têm a disputar pelo campeonato nacional, fora do campo ainda há muito a ser feito no âmbito administrativo em 2024. O projeto de captação de investimentos e de R$ 200 milhões para reduzir a dívida do clube é um dos temas a ser abordado pelo clube nesta temporada.
Após muita pressão por parte dos sócios Colorados das redes sociais, a comissão criada junto ao Conselho Deliberativo para analisar a proposta - que tem o nome técnico de debêntures - apreciou a matéria na última semana e chegou à conclusão de que ela não é benéfica para o clube. O argumento que será repassado aos conselheiros no dia 9 ou 16 de dezembro - a data ainda não está definida - é de que o estádio Beira-Rio como garantia ao investidor em caso de não pagamento é um risco muito grande para ser assumido pelo Inter.
A matéria deve ir a votação de qualquer forma. O debate já foi ampliado sobremaneira. A ponto de outros clubes do Brasil, como o São Paulo, que usaram o plano do Inter como modelo, já estarem com os investimentos captados junto ao mercado de investidores. Mesmo sendo um ato de gestão, que não necessitaria de aprovação junto aos conselheiros, a gestão decidiu trocar ideia com o parlamento para que o assunto fosse bem entendido entre os grupos políticos do clube.
Acontece que o argumento que será dado pela comissão do CD - composto por Alexandre Chaves Barcellos, André Miola, Bruno Becker Vanuzzi, Diogo Bier, Paulo Corazza, Pedro Luiz Bossle e Roberson Machado Soares - não é de todo definitivo. Segundo apurou o Vozes do Gigante, o Beira-Rio é uma garantia secundária aos investidores. Antes, ainda viria os valores de quadro social, das bilheteria dos jogos e dos patrocínios a partir dos parceiros do Inter. Daí, sim, viria o Beira-Rio.
Inter garante já ter R$ 100 milhões captados antes do lançamento oficial do projeto de debêntures
Os bancos BMG e Banrisul irão aportar R$ 50 milhões cada no projeto de debêntures. Os demais R$ 100 milhões serão abertos a pessoas físicas e jurídicas, que podem investir com quantias menores e, principalmente, com juros ao clube menores que os que o mercado suporta.
O Inter conta com uma dívida de R$ 700 milhões, sendo a 9ª maior entre os clubes do país. A ideia da gestão é quitar antigos débitos, além de tentar reduzir os valores de juros bancários que comem do clube valores na casa dos R$ 70 milhões ao ano. A previsão é de redução de 35% do valor devido historicamente.