Debêntures no Inter: Aod Cunha explica a opção para baixar juros

Redação Vozes
12 de dezembro de 2024

Vozes do Gigante / Divulgação

O Inter tem buscado alternativas para reduzir os custos do clube em diferentes frentes. Uma delas é os juros pagos por dívidas. Para isto, uma alternativa proposta pela gestão do presidente Alessandro Barcellos são as chamadas debêntures, que são títulos de dívidas. A expectativa é captar R$ 200 milhões no mercado. Na quarta-feira (11), o economista Aod Cunha, ex-secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul e ex-executivo-chefe do Inter, deu entrevista ao programa Entre Vozes, do Vozes do Gigante, para abordar o assunto.

“A debênture é um instrumento de dívida. O clube está emitindo uma dívida para um conjunto de credores privados, que são investidores neste papel, que vai ter uma rentabilidade. Ao invés de estar tomando um empréstimo com um banco e pagando juros para este banco, ele vai pagar juros para estes investidores e que vão ser acessados, inclusive, com uma ordenação bancária com o banco. O espírito de uma operação como esta é e o que a gestão está defendendo é que este papel da forma como está estruturado, com as garantias que estão estruturadas, terá um custo de emissão mais baixo do que uma parte da dívida hoje que tem ser financiada a um custo mais alto”, afirmou Aod Cunha sobre a possibilidade discutida no Inter. 

“Se a dívida bancária do Inter hoje está em alguma coisa próxima do CDI, que é a taxa Selic básica mais 12%, a Selic foi para 12, estamos falando de 24, tem um indicativo inicial quando esta debênture foi estruturada que ela sairia em alguma coisa em CDI mais 6%. É dívida, é uma dívida cara, 18% ao ano. É porque estamos vivendo em um período onde a taxa de juros é muito alta. [...] Tem que ficar com muita transparência e muita clareza que esta operação, se for feita, é para abater dívidas mais caras. Nesta economia de juros, vai acabar sobrando um pouco mais de recursos para o clube”, também explicou o economista.

O que são as debêntures, que o Inter debate

“Esta deveria ser uma oportunidade, na discussão das debêntures, de se fazer uma discussão maior sobre quais são as metas e quais são as ações do Inter olhando para frente, não só para o próximo orçamento, mas para daqui dois, três anos de como ele vai aumentar as suas receitas, quais são as ações que ele vai fazer para aumentar as suas receitas e, enquanto isso, enquanto essas receitas não aumentam, como que, a partir desta reestruturação da debênture e de outras ações, a despesa começa a caminhar mais próximo da receita para que a gente, ao fazer uma debênture desta, que é cara, é mais barata do que a gente está arrolando de dívida, mas é cara, para que a gente, ao não fechar este déficit, daqui a pouco vamos ter que fazer mais uma dívida lá na frente”, declarou o ex-Secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul entre 2007 e 2009.

Na próxima segunda-feira (16), o Conselho Deliberativo do Inter discutirá o tema das debêntures. A atual gestão propõe a possibilidade como uma forma de reduzir os custos da dívida do clube com juros, enquanto que movimentos da oposição alegam riscos para o patrimônio do clube, como é o caso do estádio Beira-Rio.

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