O Inter busca reduzir os custos com juros da sua dívida através de debêntures, que são títulos de dívidas. A gestão do presidente Alessandro Barcellos propõe a possibilidade, que será discutida no Conselho Deliberativo do clube na próxima segunda-feira (16). A expectativa é captar R$ 200 milhões no mercado. Movimentos de oposição citam o risco de colocação do estádio Beira-Rio como garantia.
“Tudo indica que é uma debênture que é feita com alienação fiduciária com alguma ordem de garantias. Pelo que eu entendi, pelo que eu vi, na última camada da garantia vem o estádio [do Inter]. Antes vem a cessão de receitas, direitos de televisionamento, porque são receitas do clube e porque são acessadas em caso de inadimplência do clube por ordem de prioridade”, afirmou o economista Aod Cunha em entrevista concedida ao programa Entre Vozes na quarta-feira (11).
“O que aconteceria? O clube não pagou nada da dívida. Ao final deste período e depois de ter acessado todas as outras receitas, em tese, o credor teria como acessar esta garantia. O clube continua usufruindo do bem [estádio]. É por ter garantias que o instrumento de dívida tende a ter um custo mais baixo do que se não tivesse garantias”, também disse Aod Cunha, que foi secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul entre 2007 e 2009 e que foi executivo-chefe do Inter em 2011.
Na proposição da atual gestão do Inter, a primeira garantia no mecanismo de debêntures receita seria a do quadro social, enquanto que a segunda, das bilheterias. A terceira garantia seria um fundo de reserva. Já a quarta, sim, seria alienação fiduciária do estádio Beira-Rio.
Em quanto tempo o Inter pode aproveitar as debêntures?
“Tem que ter a aprovação, vai acessar o mercado os investidores, ver se este apetite dos investidores está mantido e a que taxa. O quanto antes, mais fácil tende a fazer. Já teria resultados, se a operação fosse bem sucedida no início do próximo trimestre, por exemplo, já teria efeito para o segundo trimestre, terceiro trimestre, quarto trimestre”, projetou Aod Cunha sobre o período em que o Inter passaria a se beneficiar das debêntures.
A gestão do Inter projeta redução de 30% dos juros da dívida em um prazo de cinco anos. Isto resultaria em uma economia aproximada de R$ 150 milhões.