Dentro do campo Roger Machado fez uma verdadeira revolução no Inter, mas no bastidor político e financeiro o clube passa por um momento bastante conturbado. A partir de um movimento realizado na última semana por parte de 154 conselheiros, o clube “perderá” R$ 200 milhões em 2024 e o Conselho de Gestão se prepara para a primeira crise de 2025.
Os integrantes do parlamento Colorado questionam a falta de transparência em atos da gestão no que tange a utilização dos R$ 109 milhões oriundos da assinatura do Inter com a Liga Forte União. Falam, nos bastidores, em gestão temerária e, até mesmo, se confirmada a grave falta, o afastamento de Alessandro Barcellos e seus pares.
Uma comissão foi criada para avaliar os gastos - em cima da promessa de pagar dívidas e iniciar a construção do CT em Guaíba - e pede comprovações abertas de cada rubrica financeira. O grupo especial é composto por Alexandre Chaves Barcellos, André Miola, Bruno Becker Vanuzzi, Diogo Bier, Paulo Corazza, Pedro Luiz Bossle e Roberson Machado Soares.
Acontece que esta mesma comissão era responsável por analisar um plano de debêntures proposto pela diretoria, que prometia trazer cerca de R$ 200 milhões em novos empréstimos aos cofres do clube. O objetivo era reduzir as dívidas de parte dos R$ 700 milhões que o Inter possui e colocar o Beira-Rio, além de outras receitas, como garantia.
Conselheiros do Inter não terão tempo para apreciar o projeto de debêntures
A comissão tem 45 dias para analisar a possível gestão temerária. Com isso, deixará de debater o projeto de debêntures. O Inter não terá o investimento de R$ 200 milhões. Tampouco debaterá os dois temas - debêntures e gastos da Liga Forte - nesta temporada.
Com isso, o Conselho de Gestão se prepara para sua primeira crise de 2025. Receberá a análise da comissão pouco antes das festas de final de ano. Abrirá o novo ano tendo de se defender de eventuais apontamentos da comissão. E, também, travará um embate com a oposição na sala do Conselho Deliberativo.
Em um ano de perspectiva de Copa Libertadores, o Inter tem em seu “orçamento” um duro entrave.