Leia o que disse Eduardo Coudet após o empate com o Fluminense

Redação Vozes
5 de julho de 2024

Ricardo Duarte | Internacional / Divulgação

Confira todas as respostas do treinador colorado Eduardo Coudet na entrevista coletiva concedida após o empate por 1 a 1 com o Fluminense no jogo de quinta-feira (04/07), disputado no Rio de Janeiro e válido pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2024. O gol do Internacional foi marcado por Igor Gomes, enquanto que Paulo Henrique Ganso converteu o do Fluminense.

Planejamento do jogo contra o Fluminense e o que deu certo?
“Até o último dia [antes da partida] não sabemos quem vai começar. Ontem, falando com o departamento médico, tínhamos muitos jogadores em dúvida. Falando com o departamento médico, Thiago Maia corre risco, Vitão corre risco, Bustos ainda sentem um desconforto por mais que seja abdominal, Aránguiz continua com dor no tornozelo e Wesley não está disponível. Você planeja um montão de coisas, mas a partir daí planificamos o jogo. Acho que aconteceram muitas coisas [do planejado] e que especialmente na segunda metade fizemos a melhor parte do jogo e poderíamos ter ficado com os 3 pontos. Tivemos muitas finalizações, jogadas e sempre fomos buscar [o resultado]. Tentamos, apesar dos desfalques, jogar do mesmo jeito. Tivemos que utilizar alguns jogadores novos, como o Gustavo [Prado] e alguns que não estão 100%, e tomar algum risco. O substituto do Alario é o Lucca [Drummond]. Depois tentamos ajustar de acordo as opções, que não são tantas. São 10 desfalques, mas sinto que somos competitivos. Poderíamos ter ficado com os 3 pontos. Não tivemos a cota de sorte, também não temos esta reposição ofensiva nos últimos metros para fazer a diferença, para além da ajuda dos garotos. Se entende o que estou dizendo? Ou seja, quando falo com os amigos, me falam: ‘ah, tu tens Borré e Valencia’. Não, eu tive por um jogo e meio. Esta é a verdade. Ainda assim continuamos sendo competitivo. Já vão vir nos ajudar. Hoje foi o jogo número 11 ou 12 sem jogar como mandante [no Beira-Rio]. Só agora vamos voltar ao Beira-Rio. É uma sequência muito difícil especialmente por isto, por não jogar nunca em casa. Qualquer time estaria morto entre aspas com tantos jogos sem jogar como mandante, mas nós estamos competindo. Quando estivemos completos, sinto na minha cabeça que podemos fazer as coisas muito melhor, mas competir da maneira que competimos gera desgaste grande. As trocas vão acontecendo. Sempre digo: estamos bem da cabeça como grupo e queremos brigar. As dificuldades existem, como falo. A cabeça manda. Temos que brigar. Vamos para casa com a intenção de ganhar. Tomara que possamos fazer um grande jogo no próximo jogo para a torcida que vai ir certamente ao campo, no Beira-Rio. Não fico com um bom sabor. Poderíamos ter ficado com os três pontos apesar das dificuldades. É difícil com tantos desfalques. Destaco e ressalto o esforço que vem fazendo este grupo, que é sempre competitivo o time”.

Volta do Beira-Rio pode potencializar individualidades que não estão rendendo?
“Sinto que os jogadores estão dando tudo. Alguns não estão 100% das suas possibilidades com jogos a cada 3 dias. Tem muitos jogadores muito cansados. Tentamos recuperar para chegar da melhor maneira. Se no melhor, que era final do jogo, tem que recorrer a um garoto que não tem jogos no time principal é difícil. Tudo é difícil. Falei: julho será o mês mais difícil. Esperamos poder ter mais ajuda. A competição, as trocas, rotação não pode ocorrer porque não temos mais quem colocar. Estão participando todos. Quando ia fazer 3 trocas, outro levantou a mão para sair, que foi o Igor [Gomes]. Igor teve cãibras, também Rômulo. O mais importante é que não temos machucados. É este desgaste dos jogos. Tem desgaste muscular como Vitão, como Bustos que tem lesão abdominal. Wesley tem pubalgia. Às vezes dá, às vezes não. Vocês conhecem as lesões. Hoje estávamos falando: no último jogo aqui com o Fluminense, sabe quantos jogadores foram repetidos? Três. Vamos brigar. Se vai mais atrás, eu lembro contra o Nova Iguaçu, um dos times que melhor joga no Brasil, lembra o time? Quantos jogadores tem? Dois, três? É difícil. Tudo mudou. Vai dar, vamos brigar. Acredito que este grupo vai brigar. Estamos convencidos. Obviamente tem dificuldades. É difícil sem reposição especialmente onde temos mais perdas, que é no ataque. Continuamos sendo das melhores defesas do Brasileirão. Defensivamente, estamos fortes. Onde mais nos falta é onde mais sentido. Temos dois dos melhores atacantes da América do Sul, não é verdade? Temos contratados, mas não temos eles. Foi acontecendo assim. Vamos trabalhando. O time joga de um jeito e não importa onde ou com quem, tenta ser protagonista. Hoje criamos mais chances que o adversário. Temos dois artilheiros ali na frente, mas que olhamos pela tv. O Inter os tem. Eu, como treinador, não. Me estendi um pouco para explicar e passar uma mensagem mais positiva do que negativa. Os jogadores estão cansados. Não viemos ao Rio de Janeiro em uma hora, demoramos cinco horas. O mesmo aconteceu com vocês. Já viemos de uma sequência. A situação não é normal, mas se normaliza quando rola a bola. No ano passando, quando jogávamos entre aspas com reservas, vocês falavam que eram titulares em qualquer time do Brasil. Às vezes a mensagem é sempre negativa. Não é tão fácil jogar no primeiro time do Inter, que é uma equipe importante, nem no Brasileirão. Eu vi os resultados no vestiário. Todos perdem, todos empatam. Nós, com as dificuldades que temos, competimos. E merecíamos ganhar”.

Inter pode ter trocas na equipe contra o Vasco visando duelos com o Juventude?
Eduardo Coudet: “Quem joga se poupamos? Se poupamos, não conseguimos colocar onze. Vamos chegar às 5 horas da manhã e vamos treinar à tarde para tentar recuperar e ganhar um dia. No sábado à tarde não sei se saberei quem vai poder jogar no domingo. Não saberei até o domingo quem vai estar 100%. O esforço que fazem estes jogadores é tremendo. Nos números físicos, superamos os rivais em todos os últimos jogos, fisicamente. Em todos. Existe esforço. Desgaste também, cansaço. Isto afeta. Tomara que dos 10 desfalques que falamos, possam voltar um montão. Mas não vai ser assim. Talvez volte um atacante das seleções ou o goleiro das seleções. Não sabemos. E aí poderão nos ajudar. Ou não. Dependo do departamento médico para escalar o time. Vamos fazer um bom jogo em casa porque temos muita vontade de voltar a jogar em casa. Vamos precisar muito da torcida. O mais lógico seria que vocês transmitam isto. Vocês estão cansados e eu também. Não corremos. Os jogadores também estão cansados. Estou com o grupo. Algumas vezes tomamos riscos com alguns que não estão 100%, mas querem jogar. Vamos competir, sigo dizendo que vamos brigar. Temos que estar fortes da cabeça. Coisas negativas vamos encontrar muitas e aí vamos estar mortos. Tento ver tudo positivo. Vamos precisar da torcida, que nos apoie, que nos dê pernas e aí nós vamos responder, como sempre, vamos nos jogar na bola, como tem acontecido.”.

O que aconteceu na hora da troca de Igor Gomes?
“Eu pedi desculpas ao árbitro porque entrei no campo. Ele pediu para jogar e era a última janela. Se deixava jogar, e ele [Igor] tinha pedido a troca. Eu acho que o árbitro não se deu conta. Se jogava, não poderia fazer a troca. Me meti no campo e depois pedi desculpas. Se não ficaríamos com dez até o final do jogo. Sinto que estive bem advertido [com o cartão amarelo]. Não se deu conta que, se deixasse jogar, não teríamos mais janelas [de trocas]”.

O resultado de 1 a 1 foi justo?
Eduardo Coudet: “Sinto que taticamente eu gosto de atacar lá na frente sempre, mas tem a situação do desgaste físico e da quantidade de jogos. Planejamos o jogo taticamente especialmente nesta posse de bola com os zagueiros ou com o André como terceiro zagueiro e no campo deles. Nós, quando tínhamos a bola, tentávamos gerar uma atração para ter os espaços para atacar. Acredito que por momentos criamos  isto e tínhamos espaços pela frente para atacar estes espaços, mas não temos esta característica deste atacante que pode atacar e estes espaços. É o caso que mencionamos, da característica de Borré, Enner, ter a bola, gerar esta atração e atacar espaços, jogando um contra um diante dos zagueiros. Sinto que fizemos um grande jogo. Não é fácil com estas dificuldades dos desfalques que temos. Vir aqui no Maracanã com o Fluminense e ter mais chances do que o adversário. Sinto que no 2º tempo nos escaparam dois pontos. O gol que tomamos e a outra chance clara foi a bola na trave com o Cano. No gol foi um sapataço, como dizemos, a bola se mexe e entra. Não estávamos mal posicionados. Chutou de longe. Mérito dele. Tivemos várias que estiveram perto. Teve duas do Alario, do Bruno Henrique. Tivemos umas quantas chances para ganhar. Como foi o 2º tempo sinto que nos escapara dois pontos. Sobre o grupo, estou orgulhoso do que entrega. Vamos enfrentar as dificuldades que apareçam. Vamos brigar. Sempre disse. Vamos brigar. Por qual título? Não sei, mas vamos brigar. Estamos convencidos e vamos dar tudo. Teremos duas eliminatórias, mas espero que vamos recuperar jogadores também neste dias. Espero, porque se não vão morrer. Estamos convencidos. É um grupo com muito coração e com vontade de ganhar”.

Aránguiz pode sair?
“O presidente diz que não, faz o sinal com o dedo. Não tenho ideia. Não estou a par desta notícia sobre a saída. Não tenho redes, vocês sabem. Leio e escuto pouco. A importância de Charles? É um jogador fundamental para nós. No nosso jogo, no nosso estilo, em tudo. No vestiário é uma liderança. Na semana passada, já falei sobre a situação do Mallo. Precisamos de chegadas, não de partidas. Esta é a verdade. Falando de escrever, um jornalista que errou feio comigo me escreveu pedindo desculpas. Quero dizer que pedir desculpas é coisa de homens também e que foram aceitas. Não sei se ele falou publicamente sobre o que aconteceu, mas eu, sim, falo publicamente e aceito as desculpas quando, independente se é jornalista, se equivoca. Depois vai dele dizer que foi ele se equivocou e pediu desculpas. Charles é um jogador mais do que importante para mim, para o grupo e para o Inter”.

Saída do Gustavo Prado por Bruno Gomes: impacto na equipe.
Eduardo Coudet: “Sinto que o time se acomodou melhor. De início queríamos dois jogadores de velocidade por fora para atacar e poder sair com espaços. Sinto que o Gustavo sentiu muito a parte física, a falta de ritmo. Notei ele um pouco esgotado para a reposição de ar. Senti que não podia se sentir à vontade no jogo. Então colocamos o Bruno Gomes, e passamos o Bruno Henrique que está acostumado a jogar pela direita. Depois as trocas, especialmente com os jogadores que tinham mais minutos. Rômulo, Bruno Henrique são os que poderiam ter mais cansaço nesta sequência. Depois daí estivemos melhor. Sinto que fomos superiores, especialmente no 2º tempo. Tivemos muitas chances, mas não conseguimos fazer. Agora é preparar o jogo de domingo em casa e fazer de tudo para presentear nossa torcida com uma vitória”.

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