O Inter já tem data definida para o debate e a votação do projeto de debêntures do clube a fim de captar R$ 200 milhões junto a investidores. A medida, que visa sanar dividas de curto prazo do Inter, será apreciada pelo Conselho Deliberativo no próximo dia 16 de dezembro.

Não será uma reunião fácil e de bons ânimos. A comissão especial criada para analisar a iniciativa da gestão se posicionará contra o plano. O argumento do grupo formado por Alexandre Chaves Barcellos, André Miola, Bruno Becker Vanuzzi, Diogo Bier, Paulo Corazza, Pedro Luiz Bossle e Roberson Machado Soares está na alienação do patrimônio do clube como segurança aos futuros parceiros.

Segundo apurou o Vozes do Gigante, a comissão teve reuniões com os executivos do Inter, analisaram documentos da dívida do clube, folha salarial dos atletas, contratos vigentes com bancos e outros fornecedores. O receio está no Beira-Rio fazer parte das garantias bancárias em um possível não pagamento aos investidores - ainda que se tenha outros três opções de segurança aos parceiros.

Inter projeta abater dívida de curto prazo e renegociar débitos com fornecedores

A gestão do Inter pretende usar os R$ 200 milhões para abater a dívida de curto prazo do clube e renegociar débitos com fornecedores. Para se ter um exemplo, só de juros bancários, no atual modelo, o clube arca com R$ 70 milhões anuais. Quitações e novas transações serão responsáveis pela diminuição deste valor, possibilitando novos investimentos em outras áreas do clube, principalmente, o departamento de futebol.

A votação promete ser acalorada. Um documento explicando o projeto de debêntures será enviado aos conselheiros nos próximos dias. Grupos políticos já se articulam internamente para o confronto de ideias no parlamento Colorado. A votação deve ser nominal. Ou seja: o associado saberá qual foi a opção de cada conselheiro para, se quiser, debater sua escolha com o representante do clube.